sexta-feira, 20 de março de 2009

Porto Seguro em peso na tradicional Romaria Quaresmal!

Como tradição da sua Ilha na época da Quaresma, 14 jovens pertencentes ao projecto Porto seguro, juntaram-se ao grupo de Romeiros de Rabo de Peixe e dão a volta à Ilha a pé rezando e cantando todos unidos.

Os romeiros da ilha de São Miguel são uma das maiores e mais respeitosas manifestações da profunda religiosidade do povo micaelense, uma muito sincera e sofrida expressão da sua fé, talvez um pouco pesada para o ritual dos nossos dias. No entanto é sentida por todos como um leve sacrifício que se faz em união com o seu grupo de irmãos.

Cumprida a volta à ilha, a chegada à freguesia é dia festivo, com os familiares e amigos à sua espera na igreja engalanada, onde se reza a missa de agradecimento à Virgem e ao Deus Pai, de modo que na próxima quinta-feira será dia de regresso a Rabo de Peixe e dia de festa.

“A Romaria micaelense iniciou-se como consequência dos violentos sismos e erupções vulcânicas que abalaram Vila Franca do Campo à muitos anos atrás.

A Romaria decorre ao longo de oito dias. Os participantes são, por norma, leigos que contam com a colaboração do clero durante toda a sua realização. O seu propósito é visitar "as casas de Nossa Senhora".

O grupo é sob as ordens de um Mestre de Grupo. Providencia-se com antecedência a colaboração das paróquias ao longo de todo o percurso para a romaria, e onde as pessoas acolhem os romeiros em suas casas, fornecendo-lhes a refeição da noite e água quente com sal para os pés fatigados durante a sua peregrinação.

O romeiro porta ao ombro o saco de alimentos para as refeições.

O Romeiro ostenta o bordão, xaile, lenço e saco ao ombro. Leva ainda dois terços, um ao pescoço e outro na mão para a oração durante o decurso de toda a romaria.

O bordão serve para apoiar e facilitar o caminhar do peregrino pelas veredas e atalhos acidentados da ilha, o xaile e lenço por sua vez, para protegê-lo do frio e da intempérie.

Embora o traje tenha originado das necessidades puramente físicas do romeiro em peregrinação, este transformou-se com o decorrer do tempo em simbolismos místico-religiosos: O bordão relembra o ceptro entregue a Cristo pelos romanos no seu julgamento ante Pilatos, o xaile a Sua Túnica, o lenço a coroa de espinhos do Seu suplício e o saco a Cruz a caminho do Calvário.”

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